sábado, 31 de julho de 2010
O Povo da Esquerda.
"Os Exus"
- Quem são os Exus ?
Ao contrário do que se pensa, os exus não são os diabos e espíritos malignos ou imundos que algumas religiões pregam, tampouco são espíritos endurecidos ou obsessores que um grande numero de espíritas crêem.
Os "diabos" ou demônios são seres mitológicos, já "desvendados" pela doutrina espirita, portanto, não existem.
Espíritos trevosos ou obsessores são espíritos que se encontram desajustados perante à Lei. Provocam os mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas, desde pequenas confusões, até as mais duras e tristes obsessões. São espíritos que se comprazem na pratica do mal, apenas por sentirem prazer ou por vinganças, calcadas no ódio doentio.
Aguardam, enfim, que a Lei os "recupere" da melhor maneira possível (voluntária ou involuntariamente).
São conhecidos, pelos umbandistas, kimbandistas, etc., como kiumbas ou quiumbas. Vivem no baixo astral, onde as vibrações energéticas são densas.
Este baixo astral é uma enorme "egrégora" formada pelos maus pensamentos e atitudes dos espíritos encarnados ou desencarnados. Sentimentos baixos, vãs paixões, ódios, rancores, raivas, vinganças, sensualidade desenfreada, vícios de toda estirpe, alimentam esta faixa vibracional e os kiumbas se comprazem nisso, já que sentem-se mais fortalecidos.
O baixo astral, mesmo num imenso caos, tem diversas organizações, fortemente esquematizadas e hierarquizadas. Planos bem elaborados, mentes prodigiosas, táticas de guerrilhas, precisões cirúrgicas, exércitos bem aparelhados e treinados, compõe o quadro destas organizações.
Muito delas, agem na plena certeza de cumprirem os desígnios da Lei Divina, onde confundem a Lei da Ação e Reação com o "olho por olho, dente por dente". Vingam-se pensando que fazem a coisa certa.
Algumas agem no mal, mesmo sabendo que estão contra a Lei, mas enquanto a vingança não se consumar, não haverá trégua para os seus "inimigos". Acham que não plantam o mal, nem que a Reação se voltará mais cedo ou mais tarde.
Cada mal praticado por um espirito, o leva a cada vez mais para "baixo". As quedas são freqüentes e provocam mais e mais revoltas.
Alguns espíritos caem tanto que perdem a consciência humana, transformando-se (ou plasmando) os seus corpos astrais (perispíritos) em verdadeiras feras, animais, bestas e assim são usados por outros espíritos como tais. Alguns transformam-se em lobos, cães, cobras, lagartos, aves, etc.
Outros espíritos chegam ao cúmulo da queda que perdem as características humanas, transformando os seus perispíritos em ovóides. Esta queda, provoca além da perda de energias, a perda da consciência.
Ficam também subjugados por outros espíritos.
Apesar de todo este quadro, pouco esperançoso, das trevas. Mesmo sabendo que no nosso orbe o mal prevalece sobre o bem, há também o lado da Luz, da Lei, do Bem. E este lado é tão e mais organizado que as organizações das trevas.
Existem, também, diversas organizações, com variados trabalhos e ações, mas com um único objetivo de resgatar das trevas e do mal, os espíritos "caídos".
Vemos colônias espirituais, hospitais no astral, postos avançados da Luz nos Umbrais, caravanas de tarefeiros, correntes de cura, socorristas, etc., afeitos e afinizados aos trabalhos dos centros espiritas.
Vemos também, outros trabalhadores espirituais, ligados aos cultos afros. Seja na Umbanda, Candomblé, Kimbanda, etc.
Especificamente, na Umbanda, vemos através das Sete Linhas, vários Orixás hierarquizados. Existem vários níveis na hierarquia dos Orixás. Começando pelos mais altos espíritos, que estão próximos do Criador, até os Orixás Menores ou Planetários (aqueles que são ligados e responsáveis por cada orbe, pela sua evolução).
Temos como exemplo de Orixá Menor, o próprio Mestre Jesus, que está na linha de Oxalá e é considerado Oxalá, mas como Orixá Menor.
Mesmo sendo Orixás Menores, este espíritos são de alta escol.
Abaixo destes Orixás, estão os chefes de legiões e suas hierarquias, Estes espíritos "chefes" usam as três roupagens básicas : Caboclos, Pretos-Velhos e Crianças.
Apenas na linha de Yorimá ou Obaluaie manifestam os pretos-velhos.
Na linha de Yori ou Ibeji as crianças.
Nas demais linhas (Oxalá, Oxossi, Ogum, Xangô e Yemanjá) manifestam-se os Caboclos.
Outras entidades tais como : baianos, boiadeiros, marinheiros, ondinas, sereias, iaras, etc., são espíritos que compõe as sub-linhas afeitas e subordinadas à sete linhas e aos chefes de legiões.
Alguns caboclos, crianças ou pretos-velhos, às vezes, usam algumas destas roupagens para determinados trabalhos ou missões.
Como em nosso Universo (Astral) as manifestações se dividem em duas e manifestam-se como pares : positivo-negativo, ativo-passivo, masculino-feminino, etc.
A Umbanda que é paralela ativa, tem como par passivo a Kimbanda (não confundir com a kiumbanda, que é a manifestação das trevas).
A Kimbanda, que é a força paralela passiva da Umbanda, força equilibradora da Umbanda. A Kimbanda - São os Sete Planos Opostos da Lei, é o conjunto oposto da Lei. Quando falo em "oposto" à Lei, não quero dizer aquilo que está em desacordo à Lei, mas a maneira oposta de como a Lei é aplicada. Na Kimbanda que os Exus se manifestam, a Kimbanda, portanto é o "reino" dos Exus.
Os Exus são os "mensageiros" dos Orixás aqui na Terra. Através deles, os Orixás podem manifestarem-se nas trevas. Então, para cada chefe de falange, sub-chefe, etc., na Umbanda, temos uma entidade correspondente (ou par) na Kimbanda.
Os exus, são considerados como "policiais", que agem pela Lei, no sub-mundo do "crime" organizado. As "equipes" de Exus sempre estão nestas zonas infernais, mas, não vivem nela. Passam, a maior parte do tempo nela, mas, não fazem parte dela. Devido a esta característica, os Exus, são confundidos com os kiumbas. Videntes os vêem nestes lugares e erroneamente dizem que eles são de lá.
Os Exus, estão também, divididos em hierarquias. Onde temos Exus muito ligados aos Orixás Menores até aqueles Exus ligados aos trabalhos mais próximos às trevas.
Os exus dividem-se hierarquicamente, em três planos ou três ciclos e em sete graus.
A divisão está formada "de cima para baixo" :
- TERCEIRO CICLO
Contém o Sétimo, Sexto e Quinto graus
Neste Ciclo, encontramos os Exus Coroados : são aqueles que tem grande evolução, já estão nas funções de mando. São os chefes das falanges. Recebem as ordens diretas dos chefes de legiões da Umbanda. Pouco são aqueles que se manifestam em algum médium. Apenas alguns médiuns, bem preparados, com enorme missão aqui na Terra, tem um Exu Coroado como o seu guardião pessoal. São os guardiões chefes de terreiro. Não mais reencarnam, já esgotaram há tempos os seus karmas.
Sétimo Grau - Estão os Exus Chefe de Legião e para cada Linha da Umbanda, temos Um Exu no Sétimo Grau, portanto, temos Sete Exus Chefes de Legião
Sexto Grau - Estão os Exus Chefes de Falange. São Sete Exus Chefes de Falange subordinados a cada Exu Chefe de Legião, portanto, temos 49 Exus Chefes de Falange.
Quinto Grau - Estão os Exus Chefes de Sub-Falange. São Sete Exus Chefes de Sub-Falange subordinados a cada Exu Chefe de Falange, portanto, são 343 Exus Chefes de Sub-Falange.
-SEGUNDO CICLO
Contém o Quarto Grau
Exus Cruzados ou Batizados : são subordinados dos Exus Coroados. Já tem a noção do bem e do mal. São os exus mais comuns que se manifestam nos terreiros. Também, tem funções de sub-chefes. Fazem parte da segurança de um terreiro. O campo de atuação destes exus está nas sombras (entre a Luz e as Trevas). Estão ainda nos ciclos de reencarnações.
Quarto Grau - Estão os Exus Chefes de Agrupamento. São Sete Exus Chefes de Agrupamento e estão subordinado a cada Exu Chefe de Sub-Falange, portanto, são 2401 Exus Chefes de Agrupamento.
- PRIMEIRO CICLO
Contém o Terceiro, Segundo e Primeiro Graus
Temos dois tipos de Exus neste ciclo :
Exus Espadados - São subordinados do Exus Cruzados. O seu campo de atuação encontra-se entre as sombras e as trevas.
Exus Pagãos - São subordinados aos exus de nível acima. São aqueles que não tem distinção exata entre o bem e o mal. São conhecidos, também como "rabos-de-encruza". Aceitam qualquer tipo de trabalho, desde que se pague bem. Não são confiáveis, por isso.
São comandados de maneira intensiva pelos Exus de hierarquias superiores. Quando fazem algo errado, são castigados pelos seus chefes, e querem vingarem-se de quem os mandou fazer a coisa errada.
São ex-kiumbas, capturados e depois adaptados aos trabalhos dos Exus.
O campo de atuação dos Exus Pagãos, é as trevas. Conseguem se infiltrar facilmente nas organizações das trevas.
São muito usados pelos Exus dos níveis acima, devido esta facilidade de penetração nas trevas.
Terceiro Grau - Estão os Exus Chefes de Coluna. São Sete Exus Chefes de Coluna e estão subordinados a cada Exus Chefes de Agrupamento, portanto, são 16807 Exus Chefes de Coluna.
Segundo Grau - Estão os Exus Chefes de Sub-Coluna. São Sete Exus Chefes de Sub-Coluna e estão subordinados a cada Exu Chefe de Coluna, portanto, são 117649 Exus Chefes de Sub-Coluna.
Primeiro Grau - Estão os Exus Integrantes de Sub-Colunas e são milhares de espíritos nesta função.
Os Exus, em geral, sob a nossa ótica, não são bons nem ruins, são apenas executores da Lei. Ogum, responsável pela execução da Lei, determina as execuções aos Exus.
A maneira dos Exus atuarem, às vezes nos chocam, pois achamos que eles devem ser caridosos, benevolentes, etc. Mas, como podemos tratar mentes transviadas no mal ? Os exus usam as ferramentas que sabem usar : a força, o medo, as magias, as capturas, etc. Os métodos podem parecer, para nós, um pouco sem "amor", mas eles, sabem como agir quando necessitam que a Lei chegue nas trevas.
Eles ajudam aqueles que querem retornar à Luz, mas não auxiliam aqueles que querem "cair" nas trevas.
Quando a Lei deve ser executada, Eles a executam da melhor maneira possível doa a quem doer.
Há um ditado muito providencial que diz :
"Cuidado com o que se pede a um Exu, pois poderá ser atendido."
Ou seja, se um Exu se manifestar e pedirmos que ele faça o mal, ele poderá faze-lo, mas ou porque ele sabe que esse mal retornará a quem o pediu ou porque não tem noção do que está fazendo (um exu pagão).
Os exus, como executores da Lei e do Karma, esgotam os vícios humanos, de maneira intensiva. Às vezes, um veneno é combatido com o próprio veneno, da mesma maneira que a picada de uma cobra venenosa. Assim, muitos vícios e desvios, são combatidos com eles mesmos. Um exemplo, para ilustrar :
Uma pessoa quando está desequilibrada no campo da fé, precisa de um tratamento de choque. Normalmente ela, após muitas quedas, recorre a uma religião e torna-se fanática, ou seja, ela esgota o seu desequilíbrio, com outro desequilíbrio : a falta de fé com o fanatismo. Parece um paradoxo ? Sim, parece, mas é extremamente necessário. Outro exemplo é o vicio às drogas, onde é preciso de algo maior para esgotar este vicio : ou a prisão, a morte, uma doença, etc.
A Lei é sempre justa, às vezes somente um tratamento de choque remove um espirito do mal caminho. E são os exus que aplicam o antídoto para os diversos venenos.
Os Exus, estão, ligados de maneira intensiva, com os assuntos terra-a-terra (dinheiro, disputas, sexo, etc.). Quando a Lei permite, Eles executam aos diversos pedidos materiais dos encarnados.
Os Exus tem sob o domínio todas as energias livres, contidas em :
sangue, cadáveres, esperma, etc.
Por isso, seus campos de atuação são : cemitérios, matadouros, prostíbulos, boates, necrotérios, etc. Eles lá estão, porque frenam (bloqueiam) as investidas dos kiumbas e espíritos endurecidos que se comprazem nos vícios e na matéria.
O kiumbas, seres astutos, conseguem se manifestar como um exu, num terreiro muito preso às magias negras e assuntos que nada trazem elevação espiritual. Ao se manifestarem, pedem inúmeras oferendas, trabalhos, despachos, em troca destes favores fúteis. Normalmente eles pedem muito sangue, bebidas alcóolicas e fumo. Chegam a enganar tanto (ou fascinar) que fazem as mulheres que procuram estes "terreiros", pagarem as suas "contas" fazendo sexo com o médium "deles". Ou seja, eles vampirizam o casal, quando o ato sexual se efetua.
Mas, e os verdadeiros exus deixam ?
É uma pergunta que comumente fazemos, quando estes disparates ocorrem.
Os exus, permitem isso, para darem lição nestes falsos chefes de terreiros ou médiuns. Como disse, os métodos dos exus, para fazer com que a Lei se cumpra, são variados.
Muitas vezes, também, a obsessão é tão grande e profunda que os exus, não podem separar de uma só vez obsedado e obsessor, pois isso causaria a ambos um prejuízo enorme.
Outras vezes, os exus, deixam que isso aconteça, para criar "armadilhas" contra os kiumbas, que uma vez instalados nos terreiros, são facilmente capturados e assim, após um interrogatório, podem revelar segredos de suas organizações, que logo em seguida, são desmanteladas. Alguns terreiros, depois disso, são também desmantelados pelas ações dos exus, causando doenças que afastam os médiuns, as pessoas, etc.
"Ai daquele que provoca um escândalo, mas o escândalo é necessário"
A roupagem fluídica dos Exus, variam de acordo com o seu grau evolutivo, função, missão e localização. Normalmente, em campos de batalhas, eles usam o uniforme adequado. Seu aspecto tem sempre a função de amedrontar e intimidar.
Suas emanações vibratórias são pesadas, perturbadoras. Suas irradiações magnéticas causam sensações mórbidas e de pavor.
É claro que em determinados lugares, eles se apresentarão de maneira diversa. Em centros espiritas, podem aparecer com "guardas". Em caravanas espirituais, como lanceiros. Já foi verificado que alguns se apresentam de maneira fina : com ternos, chapéus, etc.
Eles tem grande capacidade de mudar a aparência, podem surgir como seres horrendos, animais grotescos, etc.
Devemos oferendar aos exus ?
Os exus, como já foi dito, atuam intensamente no sub-mundo astral. Grandes batalhas são travadas entre o bem e o mal. Muita energia é despendida nestas investidas e os exus, por atuarem assim, acabam gastando enormemente as suas reservas energéticas. Depois de vários "dias" trabalhando, eles se recolhem em seus "quartéis" e repõem parte destas energias e aproveitam e estudam, discutem novas táticas, etc.
Quando fazemos alguma oferenda para os Exus, eles "capturam" as energias dos elementos oferendados, ou a parte etérica e "recarregam as suas baterias".
Mas (podemos perguntar), se o exu é um espirito, porque ele precisa de oferendas materiais ?
Como eles estão ligados ao terra-a-terra e ao sub-mundo astral que é muito denso, os exus precisam retirar dos elementos materiais a energia que gastaram em seus trabalhos.
Quais elementos podemos oferendar ?
Devemos tomar muito cuidado com o que oferendamos, pois, os elementos mais densos (sangue, carne, cadáveres, ossos), são atratores de espíritos endurecidos, que sentem necessidade de elementos materiais. Portanto, é melhor manipular elementos suits nas oferendas (frutas, incensos, ervas, etc.)
Posso então um animal sacrificado para um exu ?
Sim, em teoria pode. Mas pensemos bem, um animal inocente, tem que pagar, com a vida para que possamos reabilitar a nossa ligação com um exu ?
Creio que não devemos destruir uma vida por isso. Para harmonizar algo devemos desarmonizar outro ? Não há muita lógica nisso.
Mas, o sangue, por ter um alto teor energético, com certeza restauraria rapidamente as "baterias" de um exu.
Mas, além deste aspecto pouco prático que é o sacrifício de um pobre animal, devemos considerar mais duas coisas :
- Os inimigos da Umbanda, sempre se apegam a este tipo de oferenda para dizer que é uma religião demoníaca. Quando uma pessoa passa em frente a um despacho numa encruzilhada, aquela cena causa-lhe desagradáveis sensações e os seus pensamentos negativos vão se juntar à egrégora negativa já criada com um despacho.
- Oferendas com sangue ou carne, atraem muitos kiumbas, às vezes, impedindo que o próprio exu se aproxime, portanto, estaremos alimentando os vícios destes espíritos.
Resumindo, é melhor não utilizar e manipular este tipo de elemento em oferendas, ebós, sacudimentos, etc., pois os resultados podem ser negativos e prejudiciais. Alem disso, a verdadeira oferenda tem a principal função de reenergizar ou sublimar o próprio médium. Então, o melhor é oferendar elementos não densos, tais como frutas, ervas, velas, incensos, etc.
Além destes aspectos já abordados, vale à pena mencionar os diversos níveis vibracionais, onde os espíritos ligados à Terra, habitam.
Estes níveis são e foram criados de acordo com cada grau evolutivo. Os níveis estão mais relacionados com o mundo da consciência do que com o mundo físico, ou seja, são mais estados de consciência do que um lugar fisicamente localizado.
Como são níveis gerados por espíritos ligados de alguma forma com a evolução da Terra, estes níveis estão vinculados ao próprio planeta. Portanto, quando vemos descrições de camadas umbralinas localizadas em abismo sob a crosta terrestre, devemos entender que embora elas estejam localizadas com estes espaços físicos, elas estão no lado espiritual deste plano físico.
Temos então, Sete Camadas Concêntricas Superiores e Sete Camadas
Concêntricas Inferiores.
A divisão está sempre formada "de cima para baixo" :
- CAMADAS CONCÊNTRICAS SUPERIORES
Sétima, Sexta e Quinta Camadas - Zonas Luminosas
Seres iluminados, isentos das reencarnações. Cumprem missões no planeta. Estão se libertando deste planeta, muitos já estagiam em outros mundos superiores.
Quarta Camada - Zona de Transição
Espíritos elevados, que colaboram com a evolução dos irmãos menores.
Terceira, Segunda e Primeira Camadas - Zonas Fracamente Iluminadas
A maioria dos espíritos que desencarnam, estão nestas camadas. Estão em reparações e aprendizados para novas reencarnações.
SUPERFICIE - Espíritos encarnados
- CAMADAS CONCÊNTRICAS INFERIORES
Sétima Camada - Zona Sub-Crostal Superior
Sexta, Quinta e Quarta Camadas - Zona das Sombras
Zona Purgatoriais ou de Regeneração
Quarta Camada - Zona de Transição
Entre as sombras e as trevas. Zona de seres revoltados e dementados.
Terceira, Segunda e Primeira Camadas - Zona das Trevas -
Zona Sub-Crostal Inferior
Os seres estão em estágio de insubmissos, renitentes e ostensivos às Leis Divinas. Não reconhecem Deus como o Ser mais superior.
A atuação dos Exus, está praticamente em todas as camadas inferiores, com exceção das Terceira, Segunda e Primeira Camadas, que eventualmente eles "descem" para missões especiais ou mandam os rabos-de-encruza, pois estão mais "ambientados" com as baixas e perniciosas vibrações. não que os Exus não podem "descer" até lá, mas porque é desnecessário criar uma guerra com os seres infernais, apenas porque se invadiu aquelas zonas.
A maioria dos livros espíritas, que tratam do assunto dos níveis vibracionais, não chega sequer a mencionar algo além das camadas intermediárias ou médio e alto umbral. Descrevem na maioria das vezes as camadas que ficam as sombras e não as trevas, pois os espíritos que fazem tais incursões não podem ou não devem "baixar" mais, pois somente cabe aos exus, espíritos especializados "descer" tanto.
As Pombas-Giras
O termo Pomba-Gira é corruptela do termo "Bombogira" que significa em Nagô, Exu.
A origem do termo Pomba-Gira, também é encontrado na história.
No passado, ocorreu uma luta entre a ordem dórica e a ordem ionica. A primeira guardava a tradição e seus puros conhecimentos. Já a ionica tinha-os totalmente deturpados. O símbolo desta ordem era uma pomba-vermelha, a pomba de Yona. Como estes contribuiram para a deturpação da tradição e foi uma ordem formada pela maioria por mulheres tinham que saldar suas dívidaas. Atualmente elas vem pela Lei de Umbanda como Pomba-giras para ensinar, e fazer seu resgate do passado.
Se Exu já é mal interpretado, confundindo-o com o Diabo, quem dirá a Pomba-Gira?
Dizem que Pomba-Gira é uma mulher da rua, uma prostituta. Que Pomba-Gira é mulher de Sete Exus ! As distorções e preconceitos são características dos seres humanos, quando eles não entendem corretamente algo, querendo trazer ou materializar conceitos abstratos, distorcendo-os.
Pomba-Gira é um Exu Feminino, não são prostitutas. Na verdade, dos Sete Exus Chefes de Legião - do Sétimo Grau, apenas um Exu é feminino, ou seja, ocorreu uma inversão destes conceitos, dizendo que a Pomba-Gira é mulher de Sete Exus.
Dentro da hierarquia do Exu Feminino (Pomba-Gira), estão divididas em níveis diversas outras pombas-giras, da mesma forma que as demais falanges. É claro que em alguns casos, podem ocorrer que uma delas, em alguma encarnação tivesse sido uma prostituta, mas, isso não significa que as pombas-giras tenham sido todas prostitutas e que assim agem.
A função das pombas-giras, está relacionada à sensualidade. Elas frenam os desvios sexuais dos seres humanos, direcionam as energias sexuais para a construção e evitam as destruições.
A sensualidade desenfreada é um dos "sete pecados capitais" que destroem o homem : a volúpia. Este vicio é alimentado tanto pelos encarnados, quanto pelos desencarnados, criando um ciclo ininterrupto, caso as pombas-giras não atuassem neste campo emocional.
As pombas-giras são grande magas e conhecedoras das fraquezas humanas. São, como qualquer exu, executoras da Lei e do Karma.
Cabe à elas esgotar os vícios ligados ao sexo. Quando um espirito é extremamente viciado ao sexo, elas, às vezes, dão a ele "overdoses" de sexo, para esgotá-lo de uma vez por todas.
Elas, ao se manifestarem, carregam em si, grande energia sensual, não significa que elas sejam desequilibradas, mas sim que elas recorrem a este expediente para "descarregar" o ambiente deste tipo de energia negativa.
São espíritos alegres e gostam de conversar sobre a vida. São astutas, pois conhecem a maioria das más intenções. Estendem os assuntos ou alguma situação, só para que chegue ao âmago do assunto.
As manifestações dos exus sobre os médiuns
Através do dom do oráculo, ou mediunidade, os espíritos conseguem manter intercâmbio com os encarnados. O contato dá-se através das várias modalidades mediúnicas, seja ela a vidência, clarividência, clariaudiência, psicografia, psicofonia, etc.
No movimento umbandista, as entidades, normalmente manifestam-se ou pela incorporação ou pela radiação intuitiva.
A incorporação é a modalidade mediúnica mais utilizada, por várias razões, trazendo as comunicações da "boca" dos próprios espíritos, ou seja, eles estão no momento da manifestação, presentes e próximos aos encarnados. A incorporação traz como beneficio, a confiabilidade das comunicações, já que podemos "ver" o espirito manifestado, reconhecendo-o através de seus próprios movimentos, ações, voz, etc.
Assim, é possível manter estreito contato entre o espirito e o consulente.
Na incorporação, o espirito comunicante, não "entra" no corpo físico do médium, mas apenas toma as "rédeas" da situação, controlando o corpo físico com ou sem a intervenção do médium. O espirito, assim, apenas se aproxima do corpo físico, mas não o toma ou "entra" nele.
A incorporação divide-se pela intervenção ou não do médium em :
Incorporação Inconsciente e Incorporação Semi-consciente
Na Inconsciente, o espirito do médium se afasta e deixa que o espirito comunicante "assuma" o seu corpo. Assim, o espirito do médium, não interfere na comunicação, mesmo estando consciente no plano astral
Na semi-consciente, o espirito do médium se afasta um pouco do corpo, mas mantém ligação consciente com ele, enquanto que o espirito comunicante assume algumas funções motoras do corpo físico. A semi-inconsciência pode variar de intensidade, ou seja, o médium pode ter desde um grande grau de consciência até um grau de quase total inconsciência. O médium, tem, enquanto dura a manifestação, alguns lampejos de consciência, vendo a manifestação como se estivesse distante ou alheio. A noção de tempo, também, é diferente, pois mesmo depois de algumas horas de incorporação, o médium tem a noção de que se passou apenas alguns minutos.
Estas ligações mediúnicas, através da incorporação, são efetuadas pelos espíritos, através do corpo astral do médium. Os espíritos comunicantes, usam, assim, os chacras do médium correspondentes à sua linha de atuação.
É claro que os demais chacras são utilizados, mas há sempre o chacra principal de ponto de contato e manipulação.
Quando a entidade "incorpora" ou nos momentos pré-incorporativos, um médium, pode sentir a diferença vibracional. Assim, um médium experimentado, consegue distinguir uma entidade da outra, pois as vibrações energéticas de cada entidade são diferentes umas das outras.
Um erê (criança) se manifesta utilizando o chacra laríngeo (localizado na garganta ou laringe), por isso que o corpo do médium fala com uma voz mais afinada, do tipo criança.
Os exus por sua vez, também, usam os chacras correspondentes, mas como estão muito ligados ao terra-a-terra, usam bastante o chacra básico ou genésico.
As pombas-giras, como são exus, usam muito o chacra genésico (glândulas sexuais) para se manifestarem. Por dominarem e controlarem as energias relacionadas ao sexo, elas "carregam" este tipo de vibração.
Por esta característica, um médium "sente" uma mudança significativa no seu padrão vibracional, pois uma pomba-gira está "atirando" suas vibrações afins. Por isso, pode-se causar um certo incomodo no médium, pois o seu centro genésico é estimulado no lado astral e suas glândulas sexuais são estimuladas no lado material e ele pode sentir a mesma sensação de excitação. Na verdade é apenas uma energia se manifestando e o médium deve saber diferenciar uma excitação normal de uma manifestação de um exu. Se o médium, cair na tentação e deixar-se levar, ele poderá se prejudicar, gastando a sua energia à toa.
Também, a pomba-gira, por encontrar no médium, energia sexual saturada, esgota-a nos momentos iniciais da incorporação.
Da mesma maneira, a pomba-gira, esgota a energia sexual de um consulente mais excitado. Elas, realmente se divertem com isso, mesmo estando trabalhando seriamente neste assunto.
Também, devemos relevar que muitos médiuns, põe para fora todo a sua libido nos momentos de incorporação de uma pomba-gira. Claro que as pombas-giras reconhecem isso na hora e podem até reajustar a sintonia do médium, dependendo do seu merecimento.
Outro fato muitíssimo importante é a manifestação de uma kiumba passando-se por uma pomba-gira. Deve-se tomar muito cuidado, pois certamente ela estará apenas vampirizando as emanações sensuais do médium, podendo prejudicá-lo seriamente.
Também, devido à classificação dos exus, pode ser que seja mesmo uma pomba-gira, mas uma rabo-de-encruza ou uma de nível bem próximo às trevas. Como elas não tem muito conhecimento do bem e do mal, podem também, prejudicar um médium.
Vale lembrar que às vezes, um consulente, pode ficar fascinado ou encantado com uma pomba-gira. Isso é perigoso para a pessoa, já que pode desequilibrar-se.
O que fazer então ?
"Orai e vigiai" é o lema de todo médium. Devemos estar atentos não com os vícios alheios, mas com os nossos. Devemos direcionar as energias desequilibrantes e transformá-las em energias salutares, em ações benéficas.
Podemos, por imperfeição, ter os nossos vícios sexuais, mas através de um verdadeiro exu pomba-gira, podemos nos curar com a ajuda de nossos esforços.
Quando vemos então um médium, que manifesta uma pomba-gira, e acharmos que está excitado, devemos mantermos vigilantes para que nós não caiamos nas vibrações sensuais que nos prejudicarão. Na verdade o médium, como ser muito sensível, está apenas deixando que as vibrações se manifestem por ele. Um bom exemplo disso, quando um espirito sofredor se aproxima de um médium, este sente todas as dores, como se fossem as suas mesmo, mas na verdade é apenas um reflexo que o médium sente. A vibração é do espirito sofredor.
Apesar de todos estes aspectos, devemos conhecer cada vez mais o trabalho dos guardiões, pois eles estão do lado da Lei e não contra elas. Vamos encará-los de maneira racional e não como bicho-papões. Eles estão sempre dispostos ao esclarecimento. Através de uma conversa franca, honesta e respeitosa, podemos aprender muito com eles.
Estamos numa época que o sobrenatural, o maravilhoso e o milagroso já não existem. As informações devem ser espalhadas e discutidas. não sejamos ingênuos aceitando tudo como verdades absolutas, usemos a razão e o discernimento para separar o joio do trigo. não deixemos, também, que apenas os outros saiam a pesquisar. Empreendemos, também, a nossa viagem ao desconhecido e exploremos os aspectos que até agora manteve-se na obscuridade.
Este ensaio é despretencioso e não tenta encerrar o "Arcano" (segredo) Exu, mas, apenas ajudar às pessoas a iniciarem as suas próprias explorações. Contestar este pequeno trabalho, de maneira racional e desprovida de preconceitos, com argumentos , é para mim um grande presente.
Junho/1999
*- Esta pequena dissertação pode ser utilizada, reproduzida, desde que não se altere o conteúdo e informem a fonte.